A dona de casa Carmelina Alves Albino, de 62 anos, vive, neste domingo (11), um Dia das Mães único. Moradora de Itapetininga (SP), ela está grávida de três meses de sua sexta filha, fruto de uma fertilização in vitro (FIV). A história foi relatada pelo g1.
A menina se chamará Miriã, e a previsão de nascimento é para novembro, mês em que Carmelina completará 63 anos. Ela é casada com Jefferson Albino há quase 30 anos. O casal tem cinco filhos, com idades entre 22 e 42 anos, e nove netos, que vão dos 4 aos 19 anos.
Apesar da família grande, o desejo de um novo filho persistiu. Eles já haviam tentado engravidar por FIV em 1998, 2016 e 2019, mas sem sucesso. A nova tentativa veio após uma experiência que, segundo Jefferson, foi marcada por fé. “Foi uma promessa de Deus. Estávamos na igreja e o pastor foi usado por Deus para entregar a revelação que a Miriã estava chegando pra nós”, afirma.
Na ocasião, Carmelina ainda não estava grávida. A revelação, segundo o casal, foi de que teriam dois filhos: Miriã e Moisés. “Creio que futuramente venha o menino”, diz Jefferson, esperançoso.
Com cuidados médicos, a mulher afirma estar bem para enfrentar a gestação. “Não tive nenhuma preocupação quanto à idade e estou preparada fisicamente, psicologicamente e emocionalmente para essa maravilhosa gestação. […] (Tomo) os cuidados normais de uma gestante, mas sem me esforçar muito”, comenta.
GRAVIDEZ TARDIA
O responsável pelo acompanhamento do início da gravidez foi o médico Lister Salgueiro, especialista em reprodução humana. Ele explica que o caso de Carmelina é raro no Brasil.
“Oficialmente, a gestante mais velha tinha 65 anos. Ela está entre as três mais velhas que engravidaram”, afirma o especialista.
Salgueiro observa que cerca de 60% das mulheres que buscam a fertilização na clínica têm entre 40 e 43 anos. “Antigamente, acima de 40 anos era gravidez de risco. Mas com óvulo doado, os riscos são bem menores”, destaca. No caso de Carmelina, o uso de óvulo doado e o bom estado de saúde foram determinantes.
Gravidezes em idade avançada exigem cuidados redobrados. Entre os principais riscos estão a diabetes gestacional e a hipertensão, além de maior incidência de alterações genéticas, como a Síndrome de Down.
No Brasil, não há uma idade máxima legal para a realização da fertilização in vitro. No entanto, critérios clínicos são obrigatórios. “A mulher não pode ter doenças pré-existentes e precisa estar com o útero saudável”, finaliza o médico.
Fonte: Diário do Nordeste