Na última quarta (10) a Educação de Alegrete do Piauí realizou o III Colóquio de Literatura Infantil: Contos, Cantos e Saberes: Literatura Infantil, Etnomatemática e Oralidade como caminhos para a inclusão.
O evento é parte do Programa Piauiense de Alfabetização na Idade Certa – PPAIC e visa fortalecer práticas pedagógicas significativas na Educação Infantil e no Ciclo de Alfabetização, valorizando os saberes das crianças e as experiências docentes. A ação oportunizou um espaço de diálogo entre professores, pesquisadores, autores e crianças, integrando narrativas literárias, saberes populares, conhecimentos matemáticos e diversidade cultural.
O colóquio fundamenta-se no princípio de que toda criança é portadora de saberes e que o reconhecimento dessas vivências é fundamental para uma educação mais inclusiva, contextualizada e democrática, oportunizando a:Valorização da Diversidade – Reconhecimento das diferentes culturas e saberes trazidos pelas crianças como ponto de partida para o ensino; Integração de Saberes –Articulação entre literatura infantil, etnomatemática e oralidade para construção de conhecimentos significativos; Educação Inclusiva – Criação de ambienteseducacionais que acolham todas as crianças, respeitando suas particularidades e potencialidades.
Dentro os objetivos do colóquio estão: promover o diálogo entre práticas pedagógicas, pesquisas acadêmicas e experiências vividas por professores da Educação Infantil e do Ciclo de Alfabetização; fortalecer práticas que valorizem a oralidade, os saberes matemáticos populares e a literatura como elementos estruturantes do trabalho pedagógico; divulgar experiências escolares que incorporam princípios da etnomatemática e da educação inclusiva; e estimular novas ações interdisciplinares com protagonismo infantil.
“Eu quero aqui parabenizar o empenho de todas as escolas participantes, todo corpo docente e alunos pela realização de mais uma grande ação do PPAIC. Também agradeço o total apoio da Secretaria Municipal de Educação, na pessoa da secretária Virgínia Célia. Graças a união de esforços e o compromisso em oferecer o melhor à educação das nossas crianças, encerramos com sucesso esse ciclo PPAIC 2025 em Alegrete. Só gratidão a todos. Quem ganha são os nossos alunos” afirmou a coordenadora do Programa em Alegrete, Aparecida Dias.
A PARTICIPAÇÃO DE CADA ESCOLA
U.E.M. JOÃO JACOB – Representação das Etnias e Legado Cultural em Alegrete
A escola destacou a diversidade étnica que compõe a identidade cultural do município, ressaltando contribuições de diferentes grupos — negros, indígenas e brancos — e seu impacto na formação social local. O encontro apresentou personalidades que representam esse legado vivo, reconhecendo saberes, ofícios e tradições que atravessam gerações.
Entre os homenageados esteve Seu Pedro Miguel, figura conhecida pela atuação na construção civil, símbolo da dedicação e da força de trabalho que ajudaram a moldar a cidade. Também foi lembrado Seu Lourenço, tradicional vaqueiro da região, cuja relação com o campo e com o manejo do gado expressa uma herança cultural profundamente enraizada no pampa.
No âmbito doméstico e culinário, Dona Carmosa foi celebrada por sua habilidade como trabalhadora doméstica e por sua culinária apreciada na comunidade, refletindo sabores e práticas transmitidos ao longo do tempo. O colóquio também reconheceu o casal Seu Raimundo Mancambira e Dona Santinha, que, por muitos anos, produziram telhas e tijolos artesanalmente — ele na olaria e ela no trabalho doméstico — mantendo viva uma técnica tradicional fundamental para o desenvolvimento local.
A produção manual também ganhou destaque com Maia Elisete e Kátia, artesãs que preservam e renovam o artesanato regional, valorizando materiais, cores e expressões que dialogam com influências afro-brasileiras e indígenas.
O evento reforçou ainda a importância das tradições negras e indígenas na formação cultural de Alegrete, seja na música, nos ofícios, nas narrativas orais ou nas práticas culinárias, incluindo preparos tradicionais que revelam sabores afro e indígenas presentes no cotidiano da cidade.
Outro ponto relevante foi a inclusão de crianças neurodivergentes, ressaltando o compromisso de ampliar a participação comunitária e de garantir espaços que respeitem e acolham diferentes formas de ser, aprender e contribuir para a cultura local.
Assim, o colóquio reafirmou o valor da diversidade étnica e cultural de Alegrete, reconhecendo memórias, trajetórias e saberes que seguem construindo, de forma coletiva, a identidade do município.
U.E.M. PEDRO CAZÉ – Etnomatemática
A escola Pedro Cazé apresentou a história da matemática e os alunos apresentaram o jogo chamado jogo da onça. Ojogo da onça é uma forma de promover o respeito pela cultura indígena e a valorização da diversidade cultural brasileira. Através do jogo, as crianças puderam aprender sobre a história dos povos indígenas, além de desenvolver habilidades importantes como a concentração, a estratégia e a resolução de problemas. Elas também aprimoram a interação e o respeito às regras.
JOAQUIM PEREIRA FILHO – Etnomatemática
A escola Joaquim Pereira apresentou a matemática dos povos indígenas, trabalhada com vários elementos da natureza e a etnomatemática, reconhecendo e valorizando os conhecimentos e as práticas ligadas aos elementos da natureza. Foi apresentado na literatura do autor Daniel Munduruku a apresentação da história ‘Kabá Darebu’,uma reflexão sobre a cultura, seus costumes e a forma deapresentar os números com pedrinhas e gravetos. Também usavam as pedras para ensinar as formas geométricas simples.
U.E.M. MÃE MARIA – Leitura Infantil
A escola Mãe Maria realizou duas apresentações voltadas para temas sociais essenciais na formação das crianças. A primeira abordou a questão étnico-racial, trabalhando a valorização das diferentes cores e tonalidades de pele. Por meio de leitura do livro ‘As cores de cada um’, dramatizações e ilustrações, as crianças expressaram o respeito à diversidade e reforçaram a ideia de que todas as pessoas, independentemente de sua cor, merecem reconhecimento e igualdade.
A segunda apresentação tratou da inclusão de crianças com deficiência, através de uma dramatização destacando a importância de garantir participação, acolhimento e oportunidades iguais para todos.
As apresentações mostraram como as diferenças fazem parte do cotidiano e evidenciaram a necessidade de construir ambientes escolares acessíveis, respeitosos e inclusivos.
As duas ações reforçam o compromisso da escola com uma educação que valoriza a diversidade, promove o respeito e fortalece a convivência cidadã.
U.E.M. ANTÔNIO GONÇALO – Oralidade
Na escola Antônio Gonçalo foi apresentado o ‘JN da Leitura’, um telejornal que contou com a participação de todos os alunos, informando e divertindo. A pequena chamada mostrou a dramatização da música ‘linda rosa juvenil’ que fala sobre a amizade e empatia, além da leitura do livro ‘Tudo bem ser diferente’, mostrando que cada pessoa é especial ao seu jeito e a inclusão da língua brasileira de sinais (libras) em sala de aula, tornando as diferenças meros detalhes quando se tem amor e respeito.
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