Marcolândia | Arrendatários de torres eólicas fazem manifestação em frente a parque eólico após baixas nas receitas
Cleiton Jarmes em 17 de outubro de 2023
Em uma demonstração de descontentamento, os arrendatários das torres eólicas do Parque Chapada do Araripe I, localizado nos municípios de Marcolândia, Caldeirão Grande do Piauí e Simões, realizaram uma manifestação na manhã desta terça-feira, 17 de outubro, em frente à entrada do parque, administrado pela empresa Contour Global.
De acordo com os arrendatários, proprietários das terras onde as torres estão localizadas para geração de energia, houve uma queda drástica nos valores dos lucros.
Torres que costumavam gerar entre 1.800 e 2.200 reais no mês foram surpreendidas com rendimentos de cerca de 260 a 400 reais, valores muito abaixo do que determinava os contratos assinados.
Lacerda Miranda, presidente da Associação dos Arrendatários de Torres Eólicas, afirmou que a Contour Global ainda não forneceu explicações.
De acordo com o assessor jurídico da Associação, Dr. Pedro Vinícius, a empresa não teria se comunicado com os arrendatários para justificar essa queda abrupta nos lucros.
A empresa emitiu uma nota alegando um excedente que receberam no início, mas agora, ao longo do tempo, as torres não estariam gerando a energia vendida ao cliente final, o que está sendo cobrado como dívida.
Segundo os arrendatários, as torres continuam a gerar energia e a atender suas metas, e, portanto, eles demandam esclarecimentos da Contour Global sobre o motivo dessa queda e uma solução para cumprir o que foi acordado nos contratos.
Diante da manifestação, um representante da empresa se comprometeu a realizar uma audiência pública com os cerca de 150 arrendatários, que representam mais de 250 torres no parque, no dia 26 de outubro. O objetivo será esclarecer a situação e buscar uma solução alinhada com os termos contratuais.
Além disso, de acordo com os organizadores do protesto, após a manifestação desta manhã a empresa se comprometeu em complementar os valores destinados aos proprietários em cerca de 01 salário mínimo por aerogerador.
O prefeito de Marcolândia, Corinto Matos, demonstrou apoio à causa dos arrendatários e enfatizou a importância do diálogo e entendimento para resolver esse impasse.
O Arrendatário e vice-presidente da Associação, Feliciano Carvalho, explicou que a queda nos lucros teria ocorrido devido à empresa não entregar a quantidade de energia vendida, destacando a falta de transparência na medição da produção mensal dos aerogeradores.
De acordo com os contratos, aos arrendatários é garantido 1,5% do valor total da energia gerada.
“Queremos saber o que foi pago a mais durante todo esse tempo em que não sabíamos que a empresa estava recebendo a mais. O que queremos é o acesso aos números, queremos transparência sobre o que está sendo gerado”, afirmou Feliciano.
Os proprietários das terras alegam que estavam no escuro em relação às informações, e somente após a fundação da Associação e a reivindicação, a empresa começou a fornecer algumas planilhas, mas ainda há muito a ser esclarecido.
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