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Queda de avião com cocaína no PI desbarata maior esquema de tráfico já descoberto no Nordeste

As investigações sobre a quadrilha ocorrem em segredo de Justiça. O delegado Menandro Pedro (um dos mais experientes da Polícia Civil do Piauí) pouco fala, mas ao ser pressionado não descarta novas prisões e muito menos novas ações.

em 28 de abril de 2015

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A Delegacia de Entorpecentes de Teresina começa a dar os primeiros detalhes da finalização do inquérito policial que investiga a queda do avião carregado de cocaína na cidade de Assunção do Piauí (a 280 quilômetros da capital). O caso ocorreu no dia 11 de abril deste ano.

O acidente, que matou o piloto Antenor José Pedreira, 62 anos, mais conhecido por Dodó (já indiciado na CPI do Narcotráfico), é a ponta do iceberg para o início do desbaratamento da maior quadrilha de tráfico internacional de cocaína a atuar no Nordeste brasileiro. O Piauí era usado como rota dessa quadrilha.

Suspeita-se a movimentação de quase uma tonelada da droga todos os meses. A cocaína era transportada da região amazônica (já vinda da Bolívia e da Colômbia) até a divisa piauiense com a cearense.

Era jogada em pacotes de 20 a 25 quilos. Depois de localizada por membros da quadrilha em terra, era levada para pontos de “batismo” (em que recebia outras substâncias para fazer render a droga) e novamente distribuída, por terra e por mar, para quase toda a região Nordeste, principalmente áreas de grandes cidades que concentram turistas estrangeiros e do Sul e do Sudeste.

A Polícia Civil piauiense trabalha diretamente com vários setores da Polícia Federal (alguns até do Sul do País) para desbaratar e prender o restante da quadrilha. No mínimo há envolvimento de outras 20 pessoas no caso. Seis membros (um deles acusado de ser um dos chefes) estão presos na Casa de Custódia de Teresina. Outros dois estão no Instituto Penal Paulo Sarasate (em Fortaleza, Ceará) acusados de, na mesma semana da queda do avião no Piauí, transportarem outros 400 quilos de cocaína em uma aeronave do mesmo modelo da que caiu no Piauí. Esse segundo avião descoberto pousaria em municípios do interior cearense.

O condutor do caso no Piauí, delegado Menandro Pedro da Luz, garante que prisões podem ocorrer nos próximos dias e que o esquema era maior do que poderia imaginar.

As investigações começaram a afunilar para o mega-esquema após a descoberta da identidade do condutor do avião que caiu com cocaína no Piauí. Era o piloto. Ele morreu carbonizado. Descobriu-se que Dodó era o dono da aeronave. Ele já tinha sido preso em outro mega-esquema de tráfico internacional de drogas, chegando a ser indiciado pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Tráfico de Drogas no Brasil.

Com a revelação da identidade, do passado, da ligação do piloto e de outros elos, ainda mantidos em sigilo, é que as peças do caso foram montadas. Já está em poder da Polícia Civil do Piauí um organograma de como funciona, passo a passo, o esquema.

Outras novidades sobre o caso

As investigações sobre a quadrilha ocorrem em segredo de Justiça. O delegado Menandro Pedro (um dos mais experientes da Polícia Civil do Piauí) pouco fala, mas ao ser pressionado não descarta novas prisões e muito menos novas ações. “Poderemos prender muita gente, inclusive fora do Piauí”, revelou Menandro Pedro.

Queda do avião é o elo para desbaratar mega-esquema de tráfico de drogas. Foto: João Alberto / O Olho.

O único fato que o delegado confirma por completo é que não pedirá prorrogação do prazo (o delegado tem até o dia 10 de maio para concluir o inquérito).

Outra novidade sobre o esquema é que além de atuarem jogando a droga em regiões da divisa do Piauí com o Ceará (para serem resgatadas por parte da quadrilha e depois recondicionada em balões e levados em caminhão pipa) a quadrilha também atuava jogando a droga no mar, sendo resgatada em pequenos barcos. Maneiras de driblar a fiscalização.

O caso gerou tanta repercussão e é considerado tão importante que tem acompanhamento direto de vários setores de entorpecentes de Superintendências da Polícia Federal em vários estados brasileiros. É a PF a responsável direta pela investigação de casos de narcotráfico internacional. Uma das mais atuantes é a do estado do Paraná.

Fonte: O Olho

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