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Ciclone mata ao menos 31 pessoas no Rio Grande do Sul em pior tragédia climática do Estado

em 06 de setembro de 2023

(Reuters) -Os fortes temporais causados por um ciclone extratropical que chegou na segunda-feira ao Rio Grande do Sul provocaram a morte de ao menos 31 pessoas e deixaram milhares de desabrigados e desalojados, no que já é a pior tragédia climática do Estado, de acordo com informações do governo gaúcho divulgadas nesta quarta-feira.

O número de mortos pelos temporais deve aumentar nas próximas horas, enquanto os trabalhos de resgate continuam, e o governador do Estado, Eduardo Leite (PSDB), manifestou preocupação com a previsão de mais chuvas para o Estado ainda nesta quarta e na quinta-feira.

“Agora o foco é resgatar as pessoas, há muitas famílias ainda sobre telhados de casas. Depois de ter atingido o Vale do Taquari, nos municípios de Muçum, Roca Sales, Encantado, Lajeado que foram especialmente atingidos e onde a gente teve um volume de mortes já confirmadas que é a maior já registrada em um evento climático no Estado do Rio Grande do Sul”, disse Leite em entrevista à GloboNews.

O governador falava no aeroporto de Caxias do Sul, onde recebeu uma comitiva do governo federal encabeçada pelo ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta, que é gaúcho, e pelo ministro da Integração Nacional, Waldez Góes, a quem a Defesa Civil nacional está subordinada.

Góes garantiu, também em entrevista à emissora, que não faltarão recursos federais ao Estado e aos municípios atingidos e que solicitou ao ministro da Defesa, José Múcio, o envio de aeronaves adicionais à região para colaborar nos trabalhos de resgate.

Na entrevista, Leite disse ainda ser cedo para falar sobre os trabalhos de reconstrução das áreas devastadas pelas chuvas, apontando que os esforços agora se concentram nos trabalhos de resgate e manifestando preocupação com mais chuvas pela frente.

“A preocupação agora é que o tempo firmou, mas a previsão para a partir do fim do dia, a partir de amanhã, quinta-feira, é voltarmos a ter chuvas aqui no Estado, que vão começar pela região sul, mas que vão atingir também a região norte, onde os corpos hídricos dessas bacias hidrográficos já estão saturados”, afirmou.

“O solo já está encharcado, os rios já estão cheios, então qualquer volume de chuva que venha pela frente pode gerar novo comprometimento.”

Além das vítimas no Rio Grande do Sul, uma pessoa também morreu em Santa Catarina, onde as rajadas de vento passaram de 110km/h, quando uma árvore caiu sobre o carro em que estava no município de Jupiá.

De acordo com a Defesa Civil gaúcha, 67 municípios do Estado foram atingidos pelos temporais causados pelo ciclone e mais de 50 mil pessoas foram afetadas pela tragédia.

Em junho, 16 pessoas morreram no Rio Grande do Sul também em decorrência da passagem de um ciclone extratropical pelo Estado. Ao mesmo tempo, no início do ano, o Estado enfrentou uma das secas mais severas de sua história, que atingiu centenas de municípios gaúchos.

Em sua live semanal nas redes sociais na terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestou solidariedade às vítimas da tragédia, disse que o governo federal fará o que for preciso para ajudar e que a catástrofe é um “alerta” sobre os efeitos da mudança do clima.

“O que está acontecendo, na verdade, é um alerta para que a humanidade se dê conta de que essa questão do clima não é uma questão menor… O planeta está sofrendo as consequências da irresponsabilidade do ser humano”, disse Lula.


(Por Eduardo Simões Edição de Tatiana Ramil Da Reuters)

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