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No Piauí, Semiárido se torna polo de produção de energia solar com capacidade para oito cidades

em 03 de outubro de 2017

O solo é seco e amarelado, típico da região do semiárido, a vegetação castigada pelo sol é branca. Se o sol , que cai inclemente 12 horas por dia, é prejudicial para a agricultura no semiárido, por outro lado se torna gerador de energia solar em abundância no semiárido do Piauí, que ganhou um polo de produção de energia solar.

Duas das maiores empresas de produção de energia solar, a Global Power Generation (GPG), de Madri, na Espanha, e a Enel Green Power, de Roma, na Itália, iniciaram, no mês de setembro, a produção de energia solar e estão distribuindo no sistema energético nacional onde estão implantadas as suas usinas, nos municípios de São João do Piauí, João Costa e Ribeira do Piauí.

Desde 1910 trabalhando com energia e maior empresa do setor da Europa, a GPG começou a produzir energia solar no dia 1º de setembro, jogando energia na rede nacional desde o dia 9 de setembro, em suas duas usinas em São João do Piauí e João Costa, com 216 mil placas solares, que se movimentam de acordo com o sol, como se fosse uma gangorra, espalhadas em uma área de 180 hectares.

Em uma visão aérea, a impressão é que o solo seco do semiárido do Piauí está sendo ocupado, em larga escala, com placas solares, em vez de plantas.

 (Crédito: Efrém Ribeiro)
(Crédito: Efrém Ribeiro)

Francisco José Rodrigues, engenheiro chefe das usinas da GPG Sobral I de São João do Piauí e Sertão I de João Costa, afirmou que as duas usinas começaram a ser instaladas no dia 6 de dezembro do ano passado e foram concluídas em setembro.

“As duas usinas são gêmeas e cada uma delas tem 90 hectares. Foram colocados 108 mil placas solares em cada uma das usinas. Para jogar a energia no sistema nacional temos uma usina própria e uma da Eletrobras Distribuidora Piauí”, afirmou Francisco José Rodrigues.

As duas usinas da GPG produzem 79 megawatts hora de energia, aproveitando o potencial do Piauí onde a irradiação solar atinge, no pico do meio-dia, uma produção de 1.050 watts por cada metro quadrado. A produção média é de 250 megawatts por dia.

Energia produzida é capaz de abastecer oito cidades

Estima-se que a produção da energia das usinas da Global Power Generation seja suficiente para abastecer  77 mil casas. Segundo Francisco José, essa produção é o equivalente a oito cidades como São João do Piauí, que conta com 25 mil habitantes.

Presente na Europa, na Ásia, Chile e Austrália, a Global Power Generation empregou 900 trabalhadores durante a construção das duas usinas e contratou a empresa T.Mix Terraplanagem, do empresário de São João do Piauí Enesílio Magalhães, para os serviços de terraplanagem e drenagem.

As placas solares foram importadas da China e da Coreia porque a produção nacional já estava comprometida com outras empresas que estão implantando usinas de energia solar.

“Nós escolhemos o Piauí por causa das condições ideais para a produção de energia solar porque o sol está intenso durante 12 horas dia”, afirmou Francisco José.

Usinas geram emprego e renda em municípios da região

A produção de energia solar em São João do Piauí e João Costa emprega operários de toda a região do semiárido. O pipeiro Luciano Rodrigues de Sousa, do município de Conceição do Canindé, está trabalhando na usina de produção de energia solar da GPG de São João do Piauí, há um mês e meio.

“Eu soube do emprego porque um colega me informou e a produção de energia solar é uma iniciativa muito importante para o município, principalmente porque é uma energia renovável, não vai poluir. As hidrelétricas estão secando e deixando de produzir e o Piauí ajuda muito na produção de energia solar porque é uma terra muito ensolarada, filha do Sol do Equador”, afirmou Luciano Rodrigues de Sousa.

O operário Ednaldo dos Santos, do município de Capitão Gervásio Oliveira, trabalha com drenagem na usina Sobral I, da GPG.

“A gente soube que estavam implantando uma usina de energia solar em São João do Piauí e conseguiu o emprego. Quando eu cheguei na usina, fiquei maravilhado porque o Piauí foi um dos lugares escolhidos para essa produção de energia solar com muitas empresas de fora”, disse Ednaldo Oliveira.

Ex-vendedor de dindin e ex-engraxate em São João do Piauí, o agora empresário Enesílio Magalhães, o Tico, proprietário da empresa T. Mix Terraplanagem, afirmou que trabalha na implantação das duas usinas da GPG fazendo as obras de terraplanagem e drenagem.

“Eu comecei a trabalhar para a GPG e acreditei. Tudo o que eu ganhei da empresa fui logo investindo e a minha empresa, que foi criada em 2014, com dois equipamentos, tem hoje nove equipamentos como retroescavadeira, caminhões e escavadeira hidráulica e 20 operários”, festeja Enesílio Magalhães.

Fonte: Meio Norte

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