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PADRE MARCOS | Após colapso d’água, prefeito Valdinar busca parceria privada para garantir abastecimento de qualidade ao município

O projeto visa captação, tratamento e abastecimento com água do subsolo (até 800mts de profundidade). A expectativa é de garantir o abastecimento total da sede do município, estender até a zona rural e ainda baratear os custos em até 40% ao consumidor final.

em 16 de novembro de 2017

Na tarde desta quarta-feira (15), o prefeito de Padre Marcos, Valdinar Silva, reuniu-se com Antônio Leal, representante da empresa Mercosul, para tratar do abastecimento de água do município que enfrenta uma grave crise.

Atualmente, a cidade é abastecida através de um sistema da Agespisa, instalada no município há cerca de 30 anos e cuja concessão está em fase final. Na cidade, a Agespisa coleta água da barragem “Estreito”, situada nos limites entre Padre Marcos e Francisco Macedo. Com a longa estiagem vivenciada na região, que já dura cerca de 6 anos, a barragem do Estreito chega hoje a sua capacidade mínima, oferecendo apenas uma água imprópria para consumo, com mau cheiro e coloração diferenciada. Uma das esperanças para melhorar a qualidade da água, foi uma recém inaugurada subestação de tratamento, que sofreu um curto-circuito ainda em suas primeiras atividades e acabou sem funcionar.

“Se não chover nos próximos três meses, Padre Marcos vai ficar sem sistema de abastecimento de água. Estamos praticamente sem sistema, pois não temos tratamento. Nós estamos usando uma água imprópria; a água que sai nas torneiras hoje só serve para limpar o chão, nem para banhar não serve. A água que sai diretamente do Estreito, chega nas torneiras” detalhou o gestor.

Diante da falta de providências da Agespisa e Eletrobrás, o prefeito Valdinar Silva foi em busca de soluções e esteve observando sistemas em outros locais do nordeste, como no estado do Ceará, que também sofre com a escassez de chuva. Em sua pesquisa, o gestor verificou a funcionalidade de uma concessão temporária através de uma parceria público-privada (“PPP”), com captação de água de barragens, em situações de chuva; e também de água do subsolo, através de poços de alta profundidade; não ficando, por tanto, os municípios reféns dos carros-pipa quando falta chuva.

Para fazer um projeto dentro destes conceitos, o gestor recebeu a empresa de tratamento e abastecimento de água, Mercosul, que possui 22 anos de funcionamento no Sudeste do país, e vem se instalando no Nordeste em estados como Ceará, Pernambuco e Bahia com trabalhos de muita inovação tecnológica. Padre Marcos é o primeiro município do Piauí onde a empresa busca funcionalidade, através da solicitação e visão do prefeito Valdinar, que não descarta a importância de chuva, mas destaca a necessidade de um novo sistema que garanta abastecimento durante longos períodos de seca como o dos últimos anos.

“Nós precisamos encontrar outra solução para Padre Marcos e esta solução seria poços. Inclusive nós fizemos um estudo de viabilidade hoje na cidade e temos dois locais com condições para perfurações com cerca de 800mts de profundidade, o que resultaria em dois poços com vazão de 50 mil litros de água por hora; suficiente para abastecer até duas vezes o município”, afirmou o prefeito.

Além de garantir o abastecimento na sede, a expectativa é de também conseguir um abastecimento, com água tratada de qualidade e própria para consumo, até nas regiões rurais, como em Barra, Curral Velho e Riacho do Padre, que já vive um drama com abastecimento por conta da tubulação, e cuja solução já foi apresentada pela empresa Mercosul para dar a pressão adequada à água e fazer com que chegue nas residências.

Quanto aos custos finais ao consumidor, o prefeito espera que seja reduzido em até 40% do valor pago hoje. Em entrevista exclusiva ao Piauí em Foco, o representante da empresa Mercosul, Antônio Leal, detalhou que o valor ainda não pode ser afirmado, porém será de fato bem acessível ao consumidor.

“Trabalho com sustentabilidade e me preocupo muito com o bem-estar social. Então a ideia de preço hoje com relação ao valor pago pelo metro cúbico da água, comprada atualmente, pela companhia local que atende hoje essa demanda, não pode ser tirada como base. Mas eu posso garantir que o nosso preço é bem competitivo e de fácil acesso para todas as famílias, tanto elas de classe média alta, como classe C ou E. Então eu creio que a população tenha água potável na sua torneira para o consumo humano pagando aí menos de 4 reais por metro cúbico”, afirmou Antônio Leal.

Apesar de notoriamente ser uma proposta muito atrativa, o prefeito Valdinar Silva fará em breve uma audiência pública para apreciação geral, onde serão detalhadas todas as etapas deste processo de médio e longo prazo, desde a perfuração, captação da água, tratamento, abastecimento, custo e também de esgoto. O gestor afirmou em entrevista que só seguirá adiante se as autoridades locais, vice-prefeito e vereadores, assim como a maioria da população, aceitar a nova ideia, que custará apenas como incentivo da prefeitura a disponibilidade para ceder os terrenos onde serão instaladas a sede local da empresa e a estação de tratamento.

“É um projeto inovador que estamos trazendo para Padre Marcos. Tenho certeza que não vai ser só aqui, quando os prefeitos dos municípios circunvizinhos do Estado do Piauí verem a forma que nós estamos querendo modificar o abastecimento, também vão aderir a esse projeto”, disse o prefeito.

TRATAMENTO DE ESGOTO

Além de oferecer o tratamento de água para entrega-la ao consumir final em condições adequadas de consumo humano, o projeto junto a Mercosul também visa o tratamento de esgoto, com reaproveitamento da água, sendo destinada para processos industriais e até agricultura familiar, ou mesmo para devolução ao subsolo como recarga hídrica.

Segundo Valdinar Silva, o tratamento de esgoto deveria já estar sendo feito pela Agespisa.

“A questão do esgotamento em Padre Marcos já era para estar sendo feito e nunca fizeram. Nós vamos cobrar dela, pois ela passou 30 anos usando e abusando de todos os méritos dela e o município nunca cobrou. Agora chegou a vez que o município vai cobrar”, afirmou.

Na expectativa de que a população abrace a ideia da gestão, assim como o prefeito Valdinar, o representante da Mercosul garantiu que, feitas as instalações, os munícipes receberão água de qualidade.

“A Mercosul vem para apresentar um projeto que venha agregar não só na qualidade de vida do usuário, mas também pensando no meio ambiente, em fazer um trabalho que seja consciente, pois água é fonte de vida e a gente tem que cuidar disso com muito carinho”, finalizou.

 

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