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Varejo prevê alta nas vendas do Dia das Crianças no Brasil

em 12 de outubro de 2021

                                                                                                                                Foto Reprodução

O Dia das Crianças, considerado uma das datas mais importantes no calendário do varejo, deve se beneficiar da abertura sem restrições do comércio. Para a Associação Comercial de São Paulo, a expectativa é a de que haja um aumento de cerca de 10% no volume de vendas em relação ao mesmo período do ano passado no País. Já um levantamento da myWorld, programa de benefícios, estima que as compras online devem ter um crescimento de 15% em volume neste mês, comparado a outubro de 2020.

Em faturamento, a projeção da Confederação Nacional do Comércio (CNC) é de que as vendas voltadas ao Dia das Crianças movimentem R$ 7,43 bilhões este ano. Esse número representa um aumento real de cerca de 1% em relação a 2019, ano anterior à pandemia. Em comparação a 2020, quando as vendas foram prejudicadas pelas restrições no comércio, a alta prevista é de quase 14%.

Enquanto o Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo (Ibevar) indica que o “sonho da bicicleta própria” ainda é um dos mais populares na data, dados exclusivos do sistema WebPrice, software de big data e monitoramento de mercado da WebGlobal, mostram que as bikes e os videogames são os itens com mais ofertas disponíveis.

Bicicletas aro 20 para crianças de 6 a 9 anos tiveram aumento de 45% nas ofertas e de 15% em produtos anunciados entre 2020 e 2021. No ano passado, a semana anterior ao Dia das Crianças teve uma média de 1.100 ofertas de 330 modelos. Agora, os números giram em torno de 1.600 ofertas de 380 modelos. Já o videogame Nintendo Switch, console mais vendido em 2020 e 2021, viu o número de ofertas disparar no ambiente online. A quantidade disponível na internet mais do que quintuplicou, passando de cerca de 30 em 2020 para 179 em 2021.

Em relação aos preços, os dois produtos registraram momentos diferentes, segundo o levantamento da WebGlobal. Os valores das bicicletas aro 20 tiveram alta. Em 2020, o valor mais baixo de um anúncio do modelo era R$ 314. Hoje, é de R$ 379, um aumento de 20% em um ano. De acordo com a CNC, a alta média no preço das bicicletas é de 15%. Já o console Nintendo Switch viu o valor cair. No ano passado, segundo a WebGlobal, o preço mais baixo era de R$ 2.999. Agora, o produto pode ser encontrado com anúncios de até R$ 1.899 – um recuo de 38%.

“Alguns fatores podem explicar essa diferença nos preços. A produção de bicicletas chegou a sofrer com a falta de peças por conta da pandemia, o que encareceu a oferta. Os consoles, por sua vez, não apenas tiveram aumento grande nas ofertas, o que ajuda a reduzir o preço, como também contaram com a redução na tributação. No caso específico do Nintendo Switch, outro fator importante é o futuro lançamento da versão OLED deste console”, afirma Marcelo Silva, Diretor de operações da WebGlobal.

A redução de preço desse produto, apontado pela WebGlobal, acompanha uma queda de intenção de compra em consoles de jogos eletrônicos em geral, segundo levantamento do Ibevar. A categoria havia atingido 83,5% de intenção de compra no ano passado e agora está em 68,1%. Ainda assim, segue na lista dos mais badalados.

O estudo parte de informações das redes sociais, comentários em notícias e volume de buscas e indica notas de 0 a 100% para a intenção de compra de artigos considerados clássicos para datas comemorativas. As bicicletas, que parecem nunca terem saído das listas de desejos infantis, ganharam mais importância. Elas tinham 61,6% de intenção de compra em 2020 e agora têm 73,7%.

Em 2021, notamos que a intenção de compra de blocos de montar, patinetes elétricos, bicicletas infantis e cozinhas de brinquedo apresentaram aumento. Em alguns casos, o aumento foi substantivo. A expectativa de compra de cabanas diminuiu ligeiramente, enquanto a compra de consoles (video-games) diminuiu mais. É interessante notar que os consoles apresentaram um pico no ano anterior, provavelmente impulsionado pelo auxílio emergencial. Além disso, a proximidade com a Black Friday afeta significativamente a compra de brinquedos e jogos antecipadamente”, diz o Ibevar sobre o resultado do levantamento.

Para Davi Damazio, diretor geral da myWorld no Brasil, o Dia das Crianças sempre foi uma data expressiva em volume de vendas para o varejo e, neste ano, não vai ser diferente. “Por mais que estejamos num momento de alta nos preços, o movimento de retomada da economia como um todo despertou o entusiasmo do consumidor, que aparenta estar mais disposto a consumir, ainda que mais atento aos benefícios disponibilizados pelas empresas, visando economizar”, explica.

Margens apertadas

A CNC, porém, diz que o varejo brasileiro terá dificuldade de absorver as altas de preços. “Historicamente, o varejo consegue segurar de 40% a 50% da alta de preços de tarifa, mas agora o setor está mais fragilizado”, afirma Fabio Bentes, economista da confederação. Assim, a estimativa é que para os itens típicos desta data, a variação média dos preços seja de 7% – a maior desde 2016, quando o índice estava em 8,8%. Entre os produtos e serviços mais demandados nesta época do ano, destacam-se os reajustes nos preços de bicicletas (alta de 15,9%), doces (12,3%) e lanches (10,9%), segundo a confederação.

Apesar da dificuldade de repasse, a CNC estima que a movimentação financeira no período alcançará R$ 7,43 bilhões. “Entram em campo inflação e juros altos, sai a desaceleração da pandemia”, diz Bentes. No ano passado, o faturamento do setor no período foi de R$ 6,52 bilhões (já corrigido pela inflação), um encolhimento de 11,3% em relação a 2019. “Portanto, o avanço expressivo no ano de 2021 deve-se especialmente à fraca base comparativa de 2020 e realinha-se à tendência de crescimento já observada antes da pandemia de covid-19”, explica a CNC.

A confederação afirma que o ramo de eletroeletrônicos e brinquedos, carro-chefe da data, será mais uma vez o destaque, respondendo por 31% (ou R$ 2,31 bilhões) do volume projetado, seguido pelo ramo de vestuário e calçados, com perspectiva de arrecadar R$ 2,21 bilhões.

Fonte: GP1

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