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Piauí teve mais de 1,8 mil crianças com paralisia cerebral em 9 anos

Desde a fundação do CEIR (Centro Integrado de Reabilitação), em 2008, a instituição já recebeu 1.820 crianças com paralisia cerebral, quantidade seis vezes maior do que o número de crianças atendidas pela segunda maior causa de reabilitação infantil do Centro, a melomeningocele.

em 15 de maio de 2017

(Foto: Reprodução)

Como consequência de alterações neurológicas até o primeiro ano de vida, muitas vezes antes do nascimento, a paralisia cerebral é uma alteração neurológica que pode afetar a cognição e o desenvolvimento motor da criança. Desde a fundação do CEIR (Centro Integrado de Reabilitação), em 2008, a instituição já recebeu 1.820 crianças com paralisia cerebral, quantidade seis vezes maior do que o número de crianças atendidas pela segunda maior causa de reabilitação infantil do Centro, a melomeningocele.

Uma das principais causas da alteração é a falta de oxigenação no cérebro. “Na gravidez é comum, por diversas razões: o cordão circulou no pescoço, deslocamento de placenta, coisas que acontecem dentro do útero, e a criança pode ter consequências neurológicas ou motoras. Um parto demorado pode levar ao mesmo problema, assim como a meningite no primeiro ano de vida. Conceitualmente, são alterações neurológicas que aparecem até o primeiro ano de idade”, explica o neurologista pediatra, Francisco José Alencar.

O principal tratamento acontece de maneira preventiva, com acompanhamento pré-natal, assistência no parto até a criança completar 1 ano de vida, o que pode diminuir o índice de bebês com a paralisia. Se a criança nasceu com baixa oxigenação, a estimulação precoce é uma aliada. “O bebê que nasceu roxinho, com baixa de oxigênio, deve começar a reabilitação o mais precocemente possível. Estimular com técnicas de reabilitação com as terapias que sejam necessárias, com terapia ocupacional, fisioterapia e acompanhamento médico, dependendo do quadro clínico, é essencial. Algumas precisam de medicamentos para a musculatura endurecida ou epilepsia, muito frequente em pacientes de paralisia cerebral”, Alencar esclarece. Ele diz também que podem ser necessárias cirurgias para deformidades musculares e ortopédicas.

Além da baixa oxigenação do feto, causas genéticas podem estar associadas, como o casamento entre pessoas da mesma família, mais comuns entre comunidades mais fechadas e com número de habitantes reduzido. “Levamos o número de casos de paralisia cerebral ao secretário municipal de saúde. Se houver um grande número associado ao nascimento, alguma coisa não está adequada”, aponta o neurologista. Para discutir sobre temas acerca da paralisia cerebral, o Ceir realiza nos dias 19 e 20 de maio o I Simpósio Piauiense de Paralisia Cerebral. O evento terá 19 palestras e Conferência Magna do Fernando Kok, pós-doutor em neurogenética pela Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos (EUA), que abordará as causas co-sanguíneas da paralisia.

As inscrições seguem até quinta-feira, dia 18, no Ceir. As taxas para participar custam R$ 40 para estudantes de graduação; R$ 80 para profissionais de saúde, educação ou áreas afins; e R$ 50 para profissionais do Ceir. A programação está disponível no site www.ceir.org.br.

Meio Norte

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