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Famílias de assentamento começam a receber ajuda após incêndio devastador no Piauí

em 17 de outubro de 2017

As famílias que tiveram seus barracos incendiados neste domingo (15/10) no assentamento Oito de Março começaram a receber ajuda tanto da sociedade, quanto do poder público, mas o clima no local é de muita desolação. O fogo iniciou por volta de 12h e destruiu a moradia de mais de 200 famílias que há quase dois anos estavam no local e tentavam fixar residência através do Movimento Sem Terra.

O Assentamento fica localizado no Povoado Chapadinha Sul, Zona Rural de Teresina, próximo ao KM 22 da BR-316, que liga a capital ao município de Demerval Lobão. Da área que antes era ocupada por diversos barracos, restaram apenas cinzas, fumaça estacas queimadas e objetos de metal que resistiram ao fogo, mas estão inutilizados. Uma menina de dois anos, que residia com a mãe próximo ao local onde começou o incêndio, não conseguiu escapar e morreu carbonizada.

Foto: Emanuel Oliveira

Na manhã desta segunda-feira (15/09) os secretários estaduais de Administração, Franzé Silva, Saúde, Florentino Neto, Assistência Sociais, Zé Santana, Defesa Civil, Hélio Isaías, além do secretário municipal de Trabalho, Cidadania e Assistência Social, Samuel Silveira, estiveram no local e se reuniram com os moradores para tratar de ações de urgência para atender as famílias. Representantes do assentamento, sindicatos e outros órgãos também estiveram no local.

Foto: Emanuel Oliveira

AÇÕES IMEDIATAS
“A Sasc pretende, de imediato começar a agir. Nós vamos deslocar pra cá a equipe de assistente sociais pra fazer esse cadastramento de imediato, mas paralelo a isso nós vamos estar fornecendo cestas alimentícias por que eles precisam já, a partir de hoje, terem esse atendimento, vamos estar em conjunto com a Defesa Civil vendo a questão de alojamentos de barracas, eles estão no colégio, a grande parte deles não podem ficar ali para não atrapalhar as aulas no dia a dia, então se a gente tiver algum prédio do estado nas mediações, vamos disponibilizar, caso contrário vamos alugar barracas, mas de imediato, mais emergente é a alimentação, roupas, roupas de cama, filtros para fornecimento de água potável que a gente já vai começar a agir a partir de agora a tarde  fornecendo pra eles”, disse o secretário estadual de Assistência Social, Zé Santana.

Secretário da Sasc, Zé Santana
Secretário da Sasc, Zé Santana    Foto: Emanuel Oliveira

GOVERNO VAI TRATAR COM O MST
Segundo o secretário de Administração do Governo do Piauí, Franzé Silva, o Estado tentou agir o mais rápido possível. “Ainda ontem o governador mobilizou todos os secretários ligados a essa área de emergência para que viéssemos aqui no assentamento, não só prestar solidariedade, mas também colocar o estado, em serviço desse processo de reconstrução das casas e atendimento das famílias que passam por esse momento de dor, mas não só isso”, disse.

“Nós queremos agir de forma preventiva, nessa conversa inicial, mas as ações já acontecem aqui a partir de agora e iremos a partir de amanhã discutir novamente, já com o MST , com o Interpi, com o Incra, com a Saúde, Educação, Bombeiros, Defesa Civil, entre outras, não somente para esse assentamento, mas para os outros. Vamos discutir ações, discutir a questão da posse de terra, discutir ações da orientação da família, para que a gente possa também ter esse olhar cuidadoso na hora da prevenção”, completou.

Secretário de Administração Franzé Silva
Secretário de Administração Franzé Silva    Foto: Jhone Sousa

FOGO TERIA COMEÇADO DENTRO DO ASSENTAMENTO
O secretário da Semtcas, Samuel Silveira, afirmou durante discurso na reunião, que o fogo teria começado dentro do assentamento e se espalhando para os demais barracos. “Prestar aqui a nossa solidariedade, a todos que foram vitimas com este incêndio, estivemos aqui circulando por toda a área, é bastante fácil perceber que na verdade não veio do mato para  assentamento, mas nasceu no próprio assentamento, isso infelizmente é um realidade que a gente já observa, os incêndios ao longo do tempo tem se caracterizado por uma causa humana, o que pese é que a gente não precisa, não querer ir atrás da causa, eu acho que o momento é de lamentação e de buscar remediar, desde o primeiro instante que a prefeitura tomou ciência do ocorrido, a sua Defesa Civil se dirigiu até aqui”, disse.

Samuel Silveira, da Semtcas
Samuel Silveira, da Semtcas    Foto: Emanuel Oliveira

MST QUER LIBERAÇÃO IMEDIATA DA TERRA
“Nós temos outro problema grave que é a questão da terra, queremos o compromisso dos secretários que nos ajudem a encontrar um momento de hoje até a amanhã para que a gente se encontre com o Incra, por se tratar de áreas que a gente entende que depende do governador, ele pode resolver algumas questões, e outras depende do Incra. A gente entende que não dá para passar esse momento sem tratar dessa questão, se não revolver aqui, vamos para Brasília? O governador, uma comissão nossa, mas a gente precisa aproveitar esse instante para resolver essa questão, para que outras situações não possam vir, nós temos outro acampamento que tem data marcada para as pessoas saírem, e a gente já disse que não queremos sair da forma que viemos, mas de uma forma que as famílias conquistem sua terra, o nosso pedido aqui é que se emprenhem para tratarmos a respeito da questão da terra, não só nesse assentamento, mas outros”, disse o diretores do Movimento Sem Terra no Piauí, Germano de Carvalho.

Germano de Carvalho, do MST
Germano de Carvalho, do MST    Foto: Jhone Sousa

Fonte: 180 graus

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